Becky S. Korich, advogada e escritora, foi impecável, curta e grossa, nessa coluna para a Folha de São Paulo, em 09/02/2025, sobre a nudez de Bianca Censori no Grammy:
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/becky-korich/2025/02/o-que-esta-por-tras-da-nudez-da-sra-kanye-west.shtml)
A seguir meus destaques*:
(*coluna exclusiva a assinantes)
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O rapper Kanye West deu um show de misoginia e machismo. Bianca Censori se rendeu a um aprisionamento mais tóxico, à manipulação e (ab)uso indevido de seu corpo pelo parceiro. O problema não é a nudez no tapete vermelho, a questão é o "por que", o "como" e "quem" está por trás dessa nudez.
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Foi West quem escolheu a (não) vestimenta da mulher. Ela aceitou para não desapontá-lo, embora preferisse usar um vestido bonito. West comandou o teatro. A mulher obedeceu, tirou o casaco e exibiu seu corpo (nu). Ele não olhou para a mulher, não demonstrou nenhum sinal de carinho ou conexão.
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A intenção foi clara: "Vejam o meu troféu". Todo abusador tem um lado protetor que prende a vítima a ponto de ela acreditar que viver ao seu lado é melhor do que viver longe dele. É um controle insano. Não parece ter sido um experimento artístico mútuo.
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Depois do evento, West celebrou nas redes: "Minha esposa é a pessoa mais pesquisada no Google no planeta chamado Terra. Sua necessidade por atenção e admiração faz com que ele se sinta no direito de reduzir as mulheres a meros objetos para satisfazer as suas necessidades solipsistas.
5/7
Ele segue um padrão de relacionamento abusivo com mulheres. A violência doméstica continua crescendo no mundo, e abusos descarados de pessoas públicas devem servir de alerta, ser bandeira vermelha para que outras mulheres reconheçam em suas vidas sinais de comportamentos tóxicos e se libertem.
6/7
Mulher não é troféu, mulher não é objeto, mas também não pode aceitar o papel de vítima silenciosa.
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