«Nove horas da noite; abrem-se as janelas e nelas assoma uma chusma de bacios que avançam para fora dos parapeitos, e logo por todos os lados desaba uma chuva de excrementos infectos, de que só posso resguardar-me caminhando encostado às paredes [...] Não se passa um dia sem que qualquer transeunte não seja molhado, encharcado, sujo, infectado pelo fétido e repugnante cheiro das porcarias que ficam a cobri-lo. (...) ½
(...) Os portugueses acham que isto tem graça e troçam da vítima. Fica-se encharcado, sujo, enodoado, infectado, e ainda por cima se é vexado, apupado, troçado, achincalhado»
Panorama de Lisboa, Carrère, 1796
Mesmo após o terramoto de 1755, os hábitos de higiene da cidade ainda causavam o desagrado de vários estrangeiros de visita a Lisboa.
Ilustração retirada de Portuguese Costumes, Henri L'Évêque, 1814
@ruidocorvo que interessante, não conhecia esta edição. Obrigada